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sábado, 6 de março de 2010

Histórias em Quadrinhos- Super-Homem

Como primeiro post de quadrinhos, eu achei que era justo fazer sobre o maior SUPER-herói de todos os tempos(já que o Batman não tem poderes), sim pessoas, a seguir algumas considerações sobre o Super-homem e a melhor história que eu já li dele.

Em primeiro lugar vamos entender o que a figura desse super-herói significa ao longo do tempo.

Criado em 1938 por Jerry Siegel e Joe Shuster, foi o primeiro super-herói a surgir, popularizando o gênero das histórias em quadrinhos com um apelo maior para o público mais jovem. Lançando histórias com mais ação e aventura, e personificando alguns ideais de vida, principalmente, norte-americanos. Devido a esse apelo e por ser o primeiro do gênero super-heróico, ele é considerado o maior de todos os heróis e líder natural da Liga da Justiça que segue todas as regras, e por isso é chamado de escoteiro. Ele é o ser maior forte do planeta, pode voar, todos gostam dele e se curvam ante sua compaixão com os fracos e oprimidos.

Por alguns desses motivos gera muita antipatia com alguns fãs de histórias em quadrinhos como usar as cores da bandeira no seu uniforme, sempre seguir as regras, às vezes até certa ingenuidade, e não usar o cérebro e somente a força.

A série em questão é a Grandes Astros ( All Star no original) que tinha a idéia de usar o grandes ícones da editora em histórias que não tivessem comprometimento com a cronologia oficial das revistas mensais, além disso foram escaladas equipes criativas de peso para as duas séries com Grant Morrison e Frank Quitely em Superman e Frank Miller e Jim Lee para o Batman.

Bom, pra começar vamos deixar claro, Grant Morrison é um gênio !! Deve ser colocado no mesmo patamar de Alan Moore, Frank Miller e Neil Gaiman. Com a mini-série Grandes Astros Superman ele conseguiu resgatar elementos da mitologia do herói que a muito tempo não se faziam necessários como o próprio supercão, Kripto, e os coadjuvantes que trabalham no planeta diário, e a variedade de cores da kriptonita.

Além disso, conseguiu retratar a personalidade do personagem com muita clareza, que é a de ajudar as pessoas, por que ele acha isso certo. Esse é na verdade o mérito dele, uma vez que foi criado por um casal de fazendeiros do interior a diferenciação de certo e errado é muito clara, junto da bondade intrínseca, que é uma alusão clara a pureza dos moradores do campo, que se mantém longe da malícia da cidade onde todos têm conceitos acinzentados, mas ainda assim é pra onde ele vai depois de crescer.

Dito isso, vamos a história em si: O Super-homem salva uma expedição que estava no Sol de uma monstro construído e controlado por Lex Luthor, mas em contrapartida absorve uma carga de energia solar maior do que suas células conseguem processar, assim ele ficará exponencialmente mais forte , mas também morrerá por isso.

A partir daí o Super-homem assume a tarefa de preparar o mundo para sua ausência. Tentar consertar as coisas e acertas as pontas soltas de sua existência até ali, isso incluí sua situação com Lois Lane, seu grande amor, e com a cidade engarrafada de Kandor com uma ultima medida do professor Quintum para devolvê-los ao tamanho normal.

Impressionantemente encara uma espécie de doze trabalhos mencionado por Sansão um viajante temporal, que lhe mostra a capa do jornal com a manchete de sua morte, e mesmo assim ele não se abala e salva, a sempre em perigo Lois Lane, somente usando a inteligência. Mas também vemos a preocupação desse herói em ir além de ameaças megalomaníacas, monstros interplanetários, e a invasão do planeta Bizarro. Ele também se preocupa com questões cotidianas, nada tão babaca como salvar um gato de cima de uma árvore, mas sim conversar com um suicida em seu derradeiro momento, ou curar o câncer em crianças no estado terminal.

Mas um momento que merece destaque é a experiência da criação de um mundo executada pelo herói para analisar como eles se sairiam sem seu protetor máximo. O que nos leva a questionamentos mais existencialistas da figura de um salvador, que como é colocado nesse mundo paralelo que ele sempre existirá, mesmo que de forma ficcional.

SPOILER(se não quer saber o fim da história pule esse parágrafo)-Por fim a grande vitória dele sobre seu arqui-inimigo vem justamente quando os papéis estão invertidos, Luthor está com poderes devido a uma fórmula, enquanto o Super-homem está cada vez mais fraco devido ao envenenamento celular, mesmo assim,usando a inteligência, ele sai vitorioso e ainda usa o restante de seus poderes para consertar o sol que havia sido “contaminado” por Lex.

Essa história é sem precedentes, por que mostra um Super-homem perfeito, mas que mesmo assim é uma criatura solitária por que não existe mais ninguém como ele, que ame tanto sua cultura natal , a kriptoniana, quanto o planeta que lhe acolheu, a Terra. Mostra que acima de tudo ele é SUPER por se preocupar com as pessoas mais do que elas mesmas, que é um ser que sente um amor que nunca poderá ser consolidado, e sofre com todas as perdas comuns aos humanos e todas vezes que alguma coisa não é como deveria ser. O Super-homem é um modelo a ser seguido como pessoa e para evolução da espécie, é comum ao homens precisar de um norte para não se perder no meio de tantas possibilidades que a vida nos apresenta.

Não existem personagens ruins, e sim os mal aproveitados, nem só de socos e pontapés vivem os super-heróis mesmo que quanto maior o desafio maior o herói , e o que mais aproxima os heróis dos leitores são as coisas que eles têm em comum.

Nota final- Sim ... é Super-homem, e não Superman. Eu também falo Guerra nas Estrelas e Comandos em Ação.

Um comentário:

  1. Parafraseando Bill (de Tarantino): "O Super-Homem é um herói disfarçado de homem".

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