Os melhores Filmes de 2009

Como é costume a cada começo de ano, as lista dos melhores começam a fervilhar por aí ... e o mentes enfurecidas não não vai ficar sem ter uma listinha também, aqui vai:

10- O Fantástico Senhor Raposo - Em tempos de animações computadorizadas, não é pra qualquer um fazer um Stop Motion . Wes Anderson , consegue aqui a diversão para os pequeninos, e as piadas para os grandinhos. Uma adaptação da obra de Roal Dahl para todos os gostos, com vozes famosas de gente como George Clooney e Meryl Streep, é um filme imperdível para os amantes do cinema. Ah , é claro que o Bill Murray também faz um voz.

9- Horas de Verão – A princípio é um filme que é difícil digerir, devido ao ritmo lento para as coisas acontecerem. A partilha de uma casa de veraneio nunca é fácil, com filhos independentes e fazendo planos separados complica mais ainda. Este filme é uma obra sobre a reflexão da herança familiar e como reparti - lá, principalmente quando ela diz respeito a obras de arte , que teoricamente seriam um bem da humanidade. A certa altura do filme, o diretor deixa claro que a verdadeira herança para a família, não são os pertences dentro da casa , mas sim as horas que eles passaram lá na suas infâncias.



8- CHE - Considerando aqui os dois filmes como um só, a obra de Steven Soderbergh sobre a figura mais emblemática do século XX, é um filme poderoso mesmo com o corte para lançamento comercial. Alternando o discurso na ONU, e a luta em Sierra Maestra , a primeira parte é mais movimentada , e quase mítica com aqueles personagens bem conhecidos como Fidel e Raul Castro, seguindo até vitória em Cuba. Na segunda parte, mostra toda a dificuldade que ele sofreu tanto na guerrilha na Bolívia, quanto nas questões familiares.



7- A Onda – O grande questionamento do filme é: Será possível que um regime totalitário possa voltar na Alemanha atual? A partir de uma narrativa simples, com a visão de adolescentes, o diretor coloca seu ponto de vista de que não só é possível, como não é difícil. Um “experimento” social em uma escola organiza os alunos para um novo movimento segregacionista com relação ao restante da escola. A partir daí decisões erradas levam a rumos errados.


6- Gran Torino - É do Clint Eastwood. Precisa dizer mais alguma coisa? Tá bom. É a história de um veterano de guerra recém viúvo que tem que enfrentar em seu bairro a mudança de imigrantes asiáticos. Isso acarreta em um ambiente cada vez mais opressor, devido ao surgimento de gangues que fazem suas próprias regras. Voltando, Clint Eastwood, dirigindo e atuando em uma história simples, porém majestosa. Eu recomendaria atenção nos diálogos que ele tem com o padre, e a na relação que ele desenvolve com o garoto.

5- O Grupo Baader-Meinhof- A coragem do filme não está em retratar um grupo guerrilheiro dos anos 70, mas sim glamourizar os personagens e ainda assim colocá-los com seus defeitos. Não se trata só da história da RAF, mas sim da diferença entre os membros que emprestaram seus nomes para essa facção do exército vermelho: Andreas Baader e Ulrike Meinhof. Tratado com algum romance, mas ainda assim é um filme que esclarece muito bem as diferenças entre o pensar e o agir revolucionário.

4-Inimigos Públicos- Muito pode-se dizer sobre este filme. Que é um duelo entre Christian Bale e Johnny Deep, mas esse duelo vai muito além dos atores , e remete a uma época. A grande depressão nos Estados Unidos estabeleceu novas medidas dentro do país, como a criação do FBI e em contraposição o surgimento das máfias. O filme é um duelo do novo contra o velho, se engana quem pensa que cada um dos atores representam isso, o agente Purvis (Christian Bale), sim representa uma certa pureza e um senso de honra dentro do combate ao crime, já Dillinger( Depp) é um homem atemporal, que faz o que tem vontade e não respeita nenhum tipo de autoridade, enquanto que o “novo” é a própria sociedade que cobra desses personagens as mudanças. É um filme espetacular com grandes atuações e uma direção segura.

3 - Bastardos Inglórios- Nos anos em que Quentin Tarantino lança algum filme , normalmente eles constam nas listas de melhores do ano. Com Bastardos Inglórios não é diferente, sua mistura de gêneros dessa vez se estende até segunda guerra mundial, povoando com personagens característicos e até caricatos, mas que servem muito bem ao propósito da historia. Com uma liberdade que já é comum a seus filmes ele leva uma história de vingança a um patamar diferente, se engana quem pensa que só os Bastardos do título querem vingança. Repetindo o feito de Bill, o vilão Hans Landa (Christoph Waltz) é uma presença marcante, mas dessa vez rouba a cena sempre que aparece. É digno de se ver por que é um filme muito bem feito e invariavelmente escrito e dirigido também.



2- (500) Dias com ela- O filme foi tão bem aceito que o diretor Marc Webb já foi confirmado como diretor do próximo Homem-Aranha. Aqui a história não linear de um romance que não acabou bem encanta pela sinceridade e realismo. Muitas coisas devem ser destacadas nesse filme, como a trilha sonora de alta qualidade, o que já se podia esperar uma vez que Webb é oriundo dos vídeoclipes, as grandes atuações tanto dos protagonistas como dos coadjuvantes e diálogos bem escritos. E o melhor de tudo, é um filme sobre relacionamento sem ser brega. Altamente recomendado por ser uma visão renovada desse gênero maltratado.

1 – O Lutador- Uma vez eu li uma crítica sobre esse filme, o autor perguntava:”Qual pode ser o próximo projeto de um diretor que em seu último filme tratou do amor de forma atemporal e transcendental ?” A resposta menos óbvia seria um filme sobre um lutador do telecatch dos anos 80. Pois é, mas é verdade. A história de Randy the RAM Robinson é o impulso para esta película que abala as fundações do cinema com um toque agridoce. Não é a História de um homem que precisa se descobrir, mas que tenta se reinventar, desde sua profissão até os seus relacionamentos. Só posso dizer uma coisa copiando o que está na capa de um DVD que eu vi: TESTEMUNHE A RESSUREIÇÃO! Principalmente a de Mickey Rourke que era a maior promessa de sua geração e decidiu se dedicar ao Boxe, sim, aqui personagem e ator se confundem e a melhor parte não se atrapalham.

Menção Honrosa 1: Não tem nenhum filme nacional nessa lista por que, com muita dor no coração, eu cortei “Apenas o Fim”. Um filme de Matheus Souza que trata do fim de um relacionamento com muitas referências pop, mas acima de tudo com muita simplicidade. Esse filme foi feito dentro da PUC-RJ, com baixo orçamento, mas muito bonito de se ver.
Menção Honrosa 2: Up- Altas Aventuras - Foi considerado por alguns como a maior obra da Pixar, eu não vou chutar tão longe assim, mas é um filme de uma extrema beleza, que consegue unir a aventura com um sentimentalismo que não é forçado. Quem ousaria imaginar um herói rabugento na terceira idade?? Além de um escoteiro trapalhão e um cachorro falante, simplesmente emocionante.