
terça-feira, 22 de junho de 2010
Um pouco mais sobre (o nosso) patriotismo

sábado, 12 de junho de 2010
Patriotismo de quatro em quatro anos

Ah a copa do mundo... a união de todas as nações em torno de um esporte, o sentimento de pertencimento exagerado para todos os lados, bandeiras nos carros, indignação com a escalação, alegria na hora do gol e a tristeza na hora da desclassificação.
Muito bem, 2010 chegou, e já passou metade dele, finalmente é hora de começar o maior evento esportivo do mundo ( será mesmo??). Parece que em ano de copa do mundo, no Brasil tem carnaval o ano todo, por que não se fala de outra coisa, até a convocação, a pergunta é quem serão os escolhidos para representar a nação, e o lobby pra se levar esse ou aquele é sempre irritante, depois da convocação é pra saber quais jogadores serão os titulares e a torcida pra ninguém importante se machucar e deixar a copa (e cuidado por que a bruxa tá solta nesse quesito).
Uma das coisas interessantes de copa do mundo são os álbuns de figurinha, a coleção é um negócio bem particular, trocar as figurinhas é que é o divertido, e ter o álbum completo é a sensação de dever cumprido, mas tem coisa que já é exagero, eu vi uma reportagem de uma mulher que tinha completado 18 álbuns, veja bem, eu não estou censurando ninguém, eu mesmo ainda estou tentando completar o meu, a única coisa que me espantou foi ver a febre que isso se tornou, no meu caso pelo menos eu decidi comprar pra completar algum álbum na minha vida, já que esse é um evento inédito pra mim.
Claro que acompanhar a copa do mundo é legal, pelo menos pra quem gosta de futebol, e quem não gosta vai aproveitar a festa que se faz em volta dela. É legal de ver também que pela primeira vez esse evento está sendo realizado em solo africano, isso por si só já é um motivo para torcermos para que o evento seja um sucesso e transcorra sem nenhum incidente. Se uma seleção africana ganhasse então seria uma experiência incrível.
Mas o que nós devemos refletir realmente é sobre o impacto que esse evento tem em nossas vidas, que vai além de um evento esportivo qualquer. Infelizmente isso passa a guiar as nossas vidas querendo ou não, por que mesmo que você não goste, a grande maioria das pessoas gosta, e não realizará nenhuma atividade produtiva por pelo menos umas 4 horas e meia em dia de jogo do Brasil (estou contando também o pré e pós jogo). Se isso não é um desperdício de tempo é no mínimo um desperdício de neurônios que deveriam trabalhar em prol de algo melhor do que simplesmente futebol.
Mas você vai argumentar que eu não gosto de futebol e por isso eu estou descendo a lenha na copa do mundo. Muito pelo contrário, eu adoro futebol, eu assisto aos programas de debate do assunto no domingo de noite e na hora do almoço durante a semana. Eu realmente gosto muito de futebol, mas só até o ponto que ele me faz bem, que serve como um divertimento e um entretenimento, a partir do momento que pode causar desentendimentos, esquece que eu tô fora. Isso por que muitas pessoas não entendem o prazer de simplesmente torcer e extravasar suas frustrações de um modo saudável e fazem disso um motivo para tentar impor o terror e a falta de valorização do próximo, de tentar tirar vantagem de tudo, mesmo que pra isso tenha que passar por cima de outros indivíduos tão brasileiros quanto ele próprio.
Talvez resolvam apelar pro meu lado brasileiro, dizendo que todo brasileiro tem que torcer pra nossa seleção canarinho independente de qualquer coisa, por que esse é o país do futebol, e não podemos deixar ninguém se igualar no número de títulos, porque a maior honra de ser brasileiro é ser PENTA CAMPEÃO do mundo nessa porra de esporte certo??? ERRADO!!!!!!!!!
Enquanto a massa afetada pelo pão e circo proporcionado pelo espetáculo da copa, coloca bandeirinhas no carro ou na sacada de casa, enquanto todos se preocupam que horas vamos sair do trabalho ou da escola pra ver o bendito jogo do Brasil, enquanto todos estiverem roendo suas unhas, arrancando cutículas e fios de cabelo (tricotilomania), enquanto estiverem tão apreensivos com uma falta contra ou a favor o Brasil, mesmo comemorando uma vitória ou amaldiçoando uma derrota, A VIDA CONTINUA! Isso tudo continua sendo somente futebol, que está lá pra isso, nos divertir e não despertar ódio ou violência.
O verdadeiro significado de ser patriota não é saber o hino de quatro em quatro anos, ter uma bandeira a mostra,pintar as ruas, ou vibrar com cada lance dos jogadores, por que quem não tem o que comer, ainda passa fome durante a copa, a violência ainda continua nas ruas, os políticos corruptos ou patrões ainda roubam e te exploram durante copa e ninguém faz algo a respeito, por que é época de copa e todos somos brasileiros iguais, torcendo para mesma seleção, sem más intenções. Doce ilusão!!
Então, se é pra ser patriota que sejamos em tempo integral, por que existem muito mais coisas pra se orgulhar nesse país além do futebol. Como nossas belezas naturais que compõem uma paisagem linda e diversificada capaz de proporcionar uma riqueza invejável, somos um país de pessoas perseverantes com capacidade de se reerguer a cada revés da vida e enxergar na maioria das vezes alguma coisa boa nos acontecimentos.
É bom sabermos o valor do nosso país, em todos os sentidos e não somente no futebol, é bom sermos patriotas e torcermos pelo Brasil crescer e vencer SEMPRE e não somente no Futebol.
domingo, 6 de junho de 2010
Por que todo mundo acha que sabe de História?

Muito se debate com relação a funcionalidade da História, já que muitas pessoas não conseguem ver a importância dessa ciência/arte para o desenvolvimento do ser humano dentro do seu próprio senso crítico e da formação de sua personalidade. A História não se resume a personagens e datas, mas é tão abrangente dentro dos seus processos que pode tratar dos assuntos mais variados possíveis, como por exemplo, as mentalidades de uma época e como elas influenciaram sua própria época ou a própria realidade política ou econômica. O que eu quero dizer com isso? Que todo mundo deveria aprender a interpretar os fatos históricos, mesmo aqueles que são exclusivamente pessoais, para conseguir tirar proveito de cada uma dessas experiências da maneira devida, em tudo que se vive é possível aprender alguma coisa.
Não é raro de se ver a História sendo tratada como somente uma curiosidade, que não vai servir para mais nada além de satisfazer uma parte sua que necessita de respostas verdadeiras. Infelizmente todos têm essa necessidade, uns mais aflorados do que outros. A necessidade de uma resposta definitiva é comum, mas nem tão importante assim, a vida passa longe das certezas e o importante também é a observação e aprendizado analisando cada um desses fatos com o já citado senso crítico.

Muitas vezes, já aconteceu comigo, de travar discussões épicas a respeito de fatos históricos que alguém julga saber uma versão definitiva e não aceitando novas idéias de maneira alguma, comprometendo a apreciação do fato de maneira mais imparcial. Nesses casos acho que não vale a pena tentar colocar juízo nessas cabeças afetadas, por que é difícil mudar certas coisas, e quando a própria pessoa não quer mudar, é uma tarefa ingrata e quase impossível.
Então por que as pessoas sempre acham que sabem História? Exatamente por que julgam a História como uma coisa acabada e sem futuro, como a ciência do passado que só se encontra em museus. Desvalorização dos profissionais da História já é algo antigo, desde que resolveram contar a versão “oficial” da História Brasileira com D. Pedro I(com a cara do Tarcísio Meira) proclamando a independência em cima do seu cavalo branco e esquecendo e minimizando outras perspectivas que poderiam e deveriam contribuir para a formação da nação.
Uma convenção com

O primeiro passo para esse projeto de alienação coletiva e popular é a desestabilização da própria História Nacional, com menos aulas de humanas na grade curricular. Que é importante saber matemática e português não há dúvida, mas história também faz parte da nossa vida e do cotidiano.
Não é fácil compreender a complexidade dos fatos históricos, não é somente ler um livro didático e achar que está totalmente inteirado do assunto, e que consegue visualizar totalmente as várias camadas do acontecido. É preciso muito estudo e reflexão, por que ao contrário de publicações que se dizem super interessantes e somente apresentam constatações superficiais e por muitas vezes óbvias, os Historiadores se empenham na pesquisa de documentos de época e estudos contemporâneos para chegar perto de uma conclusão.
